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Fundação Calouste Gulbenkian

Concurso de ideias para o Vértice Sul  

Carla Juaçaba Studio

 

No ambiente contemplativo da Fundação Calouste Gulbenkian as arquiteturas vêm depois: é preciso pisar a relva, atravessar bosques, recantos de luz e sombra, até encontrar as imensas aberturas que reenquadram o mundo a partir de Lisboa. 

Natureza e artifício, humano e não humano coexistem e convivem aí sem conflito. 

O projeto de expansão do jardim expande a sobriedade que marca a Fundação e atualiza a sua imagem como agente de mudança e produção de conhecimento na sociedade contemporânea. 

A praça de entrada estabelece uma nova relação com a envolvente urbana e integra a Fundação ao espaço público de Lisboa. É preciso cruzar uma área mais luminosa para em seguida mergulhar na densidade arbórea dos jardins. 

A intervenção no edifício do Centro de Arte Moderna é mínima, mas determinante: uma nova camada arquitetônica se sobrepõe às edificações pré-existentes, oferecendo outras possibilidades de uso e espaço. 

Essa superfície metálica e branca recobre, abraça e redefine a imagem da Fundação, como uma nova camada de tempo e sentido.   

Os espaços expositivos do CAM são estendidos e requalificados, agora com a luz natural correta e uma relação fluida com o exterior e a cidade. 

 

Muro-Memorial

A nova entrada ganha maior significado com o Muro-Memorial, acrescentado ao programa do concurso para permitir uma exposição permanente sobre a Fundação e seu Fundador, Calouste Sarkis Gulbenkian. 

  

Paisagismo

O novo Jardim-Sul é uma reflexão sobre o jardim existente marcado por três percursos: o percurso da luz e da sombra, o percurso do lago e o percurso da orla. O intuito de reinterpretar estas premissas desde uma perspectiva contemporânea resulta numa inversão na hierarquia dos elementos: se no jardim de  Ribeiro Telles a centralidade é marcada pela água, contida na suas bordas por uma cortina de vegetação, no novo jardim-sul o elemento organizador e central é uma clareira relvada que forma uma “ilha” com cursos d’água e caminhos de Betão ao seu redor.  

 

CAM

Uma intervenção mínima, mas determinante, valoriza o caráter de Hangar do edifício e oferece abrigo a diversas atividades que podem ser desfrutadas pelo público confortavelmente instalados na clareira. Quando abertas, as novas portas do CAM podem amparar eventos performáticos ou musicais na nova galeria. E quando fechadas, podem tornar-se uma imensa tela de cinema.

A intervenção na fachada sul do CAM abre o museu para o novo jardim. Mais do que uma intervenção, é uma valorização do edifício existente, uma intervenção delicada no patrimônio moderno que valoriza a ideia original do “hangar versátil”.   

A intervenção proposta se resume a cortes pontuais na estrutura de concreto existente, com a adição de uma nova estrutura leve, em aço e vidro. 

O edifício existente do CAM, independente das suas qualidades é introspectivo e com pouca vida.  A intervenção proposta abre o CAM para fora e revela o seu esqueleto. 

A estrutura existente é tratada como uma camada a ser preservada e exposta.  

Seu concreto original é recuperado voltando a sua rudeza elementar, e o edifício é ora envolvido ora estendido pela nova camada do tempo a ser construída em aço. 

A intervenção proposta se reconcilia com as camadas da história, em que a nova arquitetura é tratada como uma continuação.  

Credits:

Autores:

Carla Juaçaba _ Arquiteta

Clovis Cunha _ Arquiteto

 

Paisagista:
Robert de Paauw

Engenheiro:

Geraldo Filizola _ Cerne Engenharia

 

Colaboradores:

Ana Luiza Nobre _ Crítica e historiadora

Isadora Tebaldi _ Arquiteta                      

Waltércio Caldas _ Artista Plástico

Fernando Cunha_Arquiteto

Video:

Musica:

Maestro e Simon​

Voz:

Marielle

Filme:

Clovis Cunha

Os arquitectos convidados a participar no concurso, foram os portugueses Inês Lobo, Patrícia Barbas, Pedro Domingos e os ateliers Aires Mateus, Menos É Mais (Francisco Vieira de Campos + Cristina Guedes) e SAMI (Inês Vieira da Silva + Miguel Vieira), além do inglês John Pawson, da mexicana Tatiana Bilbao, da brasileira Carla Juaçaba, do atelier suíço Christ & Gantenbeim.  e também dos japonêses Junya Ishigani e Kengo Kuma.

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